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Episódio #036 – CONSERVAÇÃO DE FORRAGEM

O rebanho bovino brasileiro apresentou em 2022 um recorde de produção em comparação aos anos anteriores chegando a marca de 234,4 milhões de cabeças. Mato Grosso lidera o ranking em relação ao número de animais com o total de 34,2 milhões de cabeças, ou 14,6% do efetivo nacional. Em seguida veio o Pará (10,6%) ultrapassando Goiás (10,4%). Em média, o Brasil apresenta 1UA/ha, apesar de possuir uma vasta extensão de área produtiva, ainda temos uma baixa produtividade animal, isso ocorre porque o Brasil é um país tropical com estacionalidade de produção acentuada no período de inverno. Um dos métodos de se precaver da estacionalidade é a conservação de forragem sendo ela por fermentação ou desidratação. Entre as tecnologias capazes de contribuir com os índices produtivos das fazendas, especialmente daqueles com limitação de área, a conservação do excedente da forragem produzida na época chuvosa para utilização na época seca é uma das mais versáteis e viáveis estratégias a serem adotadas. Armazenar forragens de boa qualidade para utilização no período seco significa ir de encontro a um dos principais problemas da exploração pecuária sob pastejo, que é a elevada estacionalidade da produção forrageira. 

Nesse sentido, a silagem pode ser uma opção interessante, por permitir que o excedente da forragem produzida possa ser ensilado e utilizado na alimentação dos animais durante o período de escassez de alimentos. No processo de ensilagem, a forragem é picada, compactada e armazenada em ambiente hermeticamente fechado para que ocorra o processo de fermentação anaeróbia. O princípio do processo de ensilagem envolve a paralisação da respiração celular, fermentação dos carboidratos solúveis da planta até ácido lático, pela ação de bactérias homofermentativas, provocando redução no pH da forragem armazenada a níveis que inibem a atividade microbiana, mantendo suas características. 

Há também o processo de fenação, usando-se a energia solar para desidratar a forragem, pode-se conservá-la com sua qualidade por um longo período. Diferentemente do que ocorre no processo de produção de silagem, em que a presença da umidade é necessária para permitir a preservação dos nutrientes, no feno a conservação ocorre por meio da desidratação. Para alcançar a preservação adequada da forragem na forma de feno, tanto a respiração da planta quanto a degradação das proteínas (por enzimas proteolíticas da própria planta) devem ser cessadas o mais breve possível após a colheita. A fenação envolve mudanças na estrutura física e na composição química da planta pelo processo de remoção de água. Identificar, conhecer e entender essas mudanças é fundamental para trabalhar com as limitações e aplicar as boas práticas de produção, conservação e alimentação de ruminantes, bem como ampliar as discussões e encontrar soluções práticas para evitar a falta de alimentos para os rebanhos nos períodos críticos do ano. A dinâmica do processo de desidratação da planta está completamente compreendida e os maiores avanços foram feitos nas décadas de 1980 e 1990. Nos dias atuais, os trabalhos se concentram no desenvolvimento e na melhoria dos equipamentos usados para produção de feno. Uma importante vantagem da utilização de feno é a estocagem, próximo ao local dos animais, economizando tempo de utilização da mão de obra nas tarefas de alimentação do rebanho.

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Referências 

MACIEL, F. C.; LIMA, G. F. C.; GUEDES, F. X.; MEDEIROS, H. R.;GARCIA, L. R. U. C. Silo cincho: o armazém de forragem para a agricultura familiar. In: Armazenamento de forragens para agricultura familiar. Natal: EMPARN, 2004. p. 19-23.

PITT, R. E. Evaporation-Based drying rate of forage: effects of desiccants and crop density. Journal Agr. Science, v. 105, p. 223-229, 1985.

PITT, R. E.; MUCK, R. E.; LEIBENSPERGER, R. Y. A quantitative model of the ensilage process in lactate silages. Grass and Forage Science, v. 40, n. 3, p. 279-303, 1985.

Abiec, dados Secex/Ministério da Economia, IBGE, Rally da Pecuária, Athenagr

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