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Episódio #20 – Pesquisadora esclarece fake news sobre formigas no agronegócio

A necessidade de identificar e quantificar os distúrbios provocados por atividades antrópicas em diversos ambientes tem despertado a atenção dos pesquisadores para a busca de organismos que possam inferir sobre o grau de integridade dos ecossistemas.  

Atividades agrícolas, florestais e do setor imobiliário vêm, ao longo do tempo, modificando ambientes ecologicamente estruturados. As consequências são drásticas e, por isso, faz-se necessária a busca por ferramentas e instrumentos para diagnosticar e monitorar a diversidade biológica desses locais. Os insetos têm-se destacado como potenciais organismos bioindicadores e isso se deve ao fato de apresentarem grande capacidade perceptiva, no que se refere a alterações do meio ambiente, principalmente por seu apurado sistema sensorial, que lhes permite qualificar condições ambientais em determinadas situações e, ainda, quantificar danos causados ao meio. Um dos problemas que podem ser associados a este setor é a falta de padronização e definição de protocolos de coleta e avaliação da biodiversidade, para que esses resultados possam ser analisados e extrapolados para diferentes ambientes antropizados. porque as formigas apresentam alta abundância e riqueza de espécies, possuem taxas especializadas, apresentam distribuição geográfica ampla, podem ser facilmente amostradas e com relativa facilidade, podem ser separadas em nível de morfoespécies e, também, por serem sensíveis às mudanças das condições ambientais. 

A ordem Coleoptera é considerada a mais diversa entre os insetos, com aproximadamente 300.000 espécies descritas. Esse grupo sobressai, também, pela abundância nos mais diferentes ecossistemas e atua em vários níveis tróficos, o que pode classificá-los como pragas agrícolas, polinizadores, dispersores de sementes, predadores e decompositores. Apresentam grande diversidade de comportamentos e de funções nos ecossistemas. São sensíveis às mudanças ambientais, que afetam diretamente a riqueza, a distribuição, a abundância e até a estrutura de suas guildas. As mudanças nos padrões de comportamento e na abundância sazonal dos insetos têm sido utilizadas como ferramenta para explicar os distúrbios ambientais, em várias partes do mundo.

Isso demonstra a complexidade para afirmar se o uso de um inseto ou grupo como bom bioindicador, pois, as relações do inseto com o ambiente podem sofrer alterações e respostas diferenciadas, dificultando uma padronização das afirmativas obtidas nos diferentes trabalhos.

Referências 

OLIVEIRA, Marco Antonio de et al. Bioindicadores ambientais: insetos como um instrumento desta avaliação. Revista Ceres, v. 61, p. 800-807, 2014.

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