Clicky

Episódio #030 – PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS

Nos últimos anos, a história tem nos mostrado que o desenvolvimento agrícola e a preservação ambiental são desafios contínuos que exigem adaptações constantes à escassez de recursos naturais, como água e solo fértil. Quando se trata de recursos hídricos, a resposta mais eficaz parece ser o uso sustentável da água. A água é o recurso mais crítico em biomas semiáridos e, curiosamente, seu preço desempenha um papel fundamental na regulação do mercado.

A água é um dos chamados “Serviços Ecossistêmicos” (SE) mais vitais. A questão do preço é interessante porque, ao contrário de muitos produtos no mercado, a água não possui substitutos. No entanto, os preços baixos da água podem levar a uma maior demanda, o que, por sua vez, impacta negativamente os custos de abastecimento e qualidade. Diante dessa realidade, torna-se urgente estabelecer um mercado de Serviços Ecossistêmicos voltado para a água.

No lado do produtor rural, alcançar um equilíbrio nas compensações financeiras é muitas vezes uma tarefa complexa, considerando que esse prestador de Serviços Ambientais (SA) também é um beneficiário direto desses serviços. É aqui que entram os Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) como uma ferramenta eficaz para preencher as lacunas do mercado de SE. Os PSA são estratégias de incentivo que motivam os produtores rurais a adotar práticas conservacionistas para a prestação de serviços ecológicos e sustentáveis em prol de maiores benefícios ambientais.

Estudos indicam que, apesar das abordagens diversas, existe um consenso claro sobre a importância da água, especialmente quando se trata de Programas de Pagamento por Serviços Ambientais relacionados à água. A qualidade e o fornecimento de água são amplamente aceitos e priorizados. Além disso, fica evidente que os desafios relacionados à água não conhecem fronteiras geográficas. A solução para esses desafios requer cooperação institucional abrangente, incluindo aspectos legais, políticos, econômicos e culturais.

É importante notar que os PSA não se limitam apenas aos aspectos ambientais, eles também podem aprimorar os serviços culturais e suas trocas, muitas vezes subestimadas. Por meio desses programas, é possível envolver ativamente as comunidades na conservação da água, oferecendo benefícios ambientais e socioeconômicos tangíveis.

Em resumo, os programas de Pagamento por Serviços Ambientais relacionados à água são uma prática atual e crescente. Apesar dos desafios, esses projetos podem beneficiar os mecanismos de participação, como os Comitês de Bacia, para tomadas de decisões mais assertivas em relação às realidades locais. Ao envolver ativamente as comunidades na conservação da água, eles oferecem benefícios ambientais e socioeconômicos mensuráveis. Para alcançar uma gestão hídrica mais sustentável, é crucial continuar apoiando e promovendo esses esforços, superando obstáculos e trabalhando juntos em direção a um futuro mais resiliente para nossas comunidades e ecossistemas.

– NOSSA EQUIPE:

@admfabiomascarenhas @ana.doutoranda @sloanvicente @taynaferreirasa @rodrigohilc @gustavodocantos @jessicasdapaixao

– APOIO:

@recantodocriadorms

@agroamaro 

@famamodafitness 

@studiofamapersonaltrainer

Referências 

ADAMOWICZ, W.; CALDERON-ETTER, L.; ENTEM, A.; FENICHEL, E. P.; HALL, J. S.; LLOYD-SMITH, P.; OGDEN, F. L.; REGINA, J. A.; RAD, M. R.; STALLARD, R. F. Assessing ecological infrastructure investments. Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 116, n. 12, p. 5254-5261. 2019.

BREMER, L. L.; FARLEY, K. A.; CHADWICK, O. A.; HARDEN, C. P. Changes in carbon storage with land management promoted by payment for ecosystem ser Bremer ices. Environmental Conservation, v. 43, n. 4, p. 397-406, 2016.

GARCIA‐PRATS, A.; DEL CAMPO, A. D.; PULIDO‐VELAZQUEZ, M. A hydroeconomic modeling framework for optimal integrated management of forest and water. Water Resources Research, v. 52, n. 10, p. 8277-8294, 2016.

KOVACS, E. K.; KUMAR, C.; AGARWAL, C.; ADAMS, W. M.; HOPE, R. A.; VIRA, B. The politics of negotiation and implementation: a reciprocal water access agreement in the Himalayan foothills, India. Ecology and Society, v. 21, n. 2, p. 1-11, 2016.

NYONGESA, J. M.; BETT, H. K.; LAGAT, J. K.; AYUYA, O. I. Estimating farmers’ stated willingness to accept pay for ecosystem services: Case of Lake Naivasha watershed Payment for Ecosystem Services scheme- Kenya. Ecological Processes, v. 5, n. 1, p. 1-15, 2016.

TAFFARELLO, D.; CALIJURI, M. C.; VIANI, R. A. G.; MARENGO, J. A.; MENDIONDO, E. M. Hydrological services in the Atlantic Forest, Brazil: An ecosystem-based adaptation using ecohydrological monitoring. Climate Services, v. 8, n. 1, p. 1-16. 2017.

PYNEGAR, E. L.; JONES, J. P.G.; GIBBONS, J. M.; ASQUITH, N. M. The effectiveness of payments for ecosystem services at delivering improvements in water quality: lessons for experiments at the landscape scale. PeerJ, v. 6, p. 1-29, 2018.

Leave a Comment